segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O CORREIO ELETRÔNICO

" Dentre as várias possibilidades (bate-papo, teleconferências, dentre outros) que nos oferecem a comunicação mediada pelo computador), talvez a troca de mensagens eletrônicas parece ser uma das mais utilizadas. Embora o acesso à internet, para uma grande maioria da população mundial, ainda esteja caro e lento, a troca de mensagens eletrônicas tornou-se uma prática bastante comum entre as pessoas. Seu uso é diversificado, abrangendo desde correspondências formais entre empresas, publicidades, ensino até contato para estabelecer relações íntimas entre pessoas.
O correio eletrônico pode promover uma interação entre falantes nativos/aprendizes e também entre professor/aluno, aluno/aluno, aluno/professor. Isso é facilitado pela rapidez do envio das mensagens, e a possibilidade específica de poder enviar uma mesma mensagem a vários destinatários ao mesmo tempo resultando, principalmente, uma economia de tempo, o que não teria a mesma eficiência se fosse feito por correio postal. Há ainda os recursos de reenvio, cópia e anexo. Ou seja, o meio eletrônico, diferente da linguagem escrita, possui uma linguagem multimodal, quer dizer, uma mensagem, além de ser escrita, pode ter som, imagem e movimento. Isso se revela como outra vantagem do correio eletrônico em relação à carta, apesar da volatilidade do mundo virtual não garantir ao correio eletrônico a mesma segurança e privacidade que oferece o correio comum (Moran e Hawisher, 1993).
Segundo Kress (1998), as mudanças trazidas com a tecnologia afetam tanto o campo social quanto o cultural. Com o uso do computador, uma tecnologia da era moderna, observa-se que as mudanças ocorridas na linguagem são evidentes, sobretudo no uso do correio eletrônico. Para o pesquisador, a rapidez e a velocidade da comunicação, via rede, implicam em uma linguagem mais informal. Essas características podem facilitar uma maior proximidade social e criar novos tipos de relações sociais diferentes da interação face a face.
Dessa forma, na prática pedagógica, conforme observa Moran e Hawisher (1993), o fato de mudar a escrita do papel para a tela resultou em uma linguagem híbrida, uma mescla entre oral (espontaneidade) e escrita (assemelha-se a um bilhete, aviso), mas com traços particulares do meio digital, por exemplo, os emoticons [4] . Isso talvez possa levar o professor a criar uma resistência em usar o correio eletrônico.
Para Snyder (1998) os educadores devem saber usar as novas tecnologias. Ou seja, usá-las de forma útil nos diferentes níveis de ensino/aprendizagem. Porém, como observa a autora, faltam teorias para que se possa melhor refletir e criticar as possibilidades de uso do computador no ensino. Braga e Costa (2000) também compartem a mesma idéia da pesquisadora afirmando que os estudos sobre ensino e informática necessitam ser melhor teorizados e, tanto uma aceitação imediata quanto a recusa total ao uso demonstra uma ingenuidade por parte do professor.
Concluindo com as palavras de Oliveira e Paiva (2001:106), “O papel do professor que integra a internet à sala de aula tradicional ou que trabalha na modalidade à distância é o de moderador e não o de transmissor de conhecimentos”. Cabe, então, ao professor saber aproveitar as várias possibilidades que a Web oferece para, juntamente com os alunos, criar oportunidades mais efetivas de ensino, desde que haja letramento digital suficiente. (Buzato, 2001)."
www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/u00002.htm - 53k

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